A diretoria colegiada da
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou por unanimidade o uso
emergencial do medicamento Evusheld (ou AZD7442) da AstraZeneca contra a
Covid-19.
O medicamento é uma combinação
de anticorpos monoclonais cilgavimabe + tixagevimabe. Ele deve ser usado como
profilaxia pré-exposição, ou seja, indivíduos que não estão atualmente
infectados com a Covid-19 e não tiveram contato com o vírus.
Fazem parte do grupo pessoas que receberam transplante de órgãos, que tenha imunodeficiência primária moderada ou grave (síndrome de DiGeorge), que fazem tratamento de leucemia. Ele também pode ser usado para quem tem infecção de HIV avançada ou não tratada.
Pode ser usado também para
quem a vacina da Covid-19 não é recomendada devido a um histórico de reação
adversa grave.
Entretanto, para quem a
vacinação é indicada, o medicamento não a substitui. Nesse caso, o medicamento
deve ser administrado pelo menos duas semanas após a aplicação do imunizante.
“A profilaxia pré-exposição com Evulsheld não substitui a vacinação em indivíduos para os quais a vacinação Covid-19 é recomendada. A gente está ressaltando que não é para substituir a vacinação”, disse Mendes.
Meiruze Sousa Freitas,
diretora relatora da Anvisa, disse que no cenário atual da pandemia o uso de um
produto para profilaxia pode proporcionar mais uma estratégia para proteção da
população.
“Considero que a profilaxia
pré-exposição pode ser uma arma importante para combater os agravos dos mais
vulneráveis que estão em risco de serem hospitalizados e de óbitos, como as
pessoas com leucemia, imunodeficiência primária ou adquiria ou aquelas que realizam
tratamentos imunossupressores, com as pessoas transplantadas”, destacou.
Entretanto, ela alerta que os
pacientes tratados devem continuar com as medidas de cuidados contra a Covid,
como usar máscara, manter isolamento, não compartilhar itens pessoais e
higienizar com frequência as mãos.
Em novembro, a farmacêutica
AstraZeneca anunciou que seu anticorpo monoclonal foi capaz de reduzir o risco
de Covid-19 e também o de desenvolvimento de quadro severo e morte.
O Ministério da Saúde já
iniciou conversas com a AstraZeneca para a aquisição de remédios contra a
Covid-19.
A Anvisa já aprovou outros seis medicamentos para a Covid-19. Um deles é o Regen-Cov (combinação de casirivimabe e imdevimabe), da farmacêutica Regeneron, que tem aprovação para uso emergencial no Brasil.
Entre os medicamentos
aprovados, a agência reguladora revogou a autorização de uso emergencial da
associação dos anticorpos monoclonais banlanivimabe e etesevimabe contra a
Covid-19.
A agência reguladora solicitou
que a empresa apresentasse dados de eficácia do medicamento contra a variante
ômicron que subsidiassem a manutenção da autorização de uso emergencial do
medicamento para o tratamento da Covid-19, o que não ocorreu.