Na manhã desta quinta-feira (30), no gabinete da Prefeitura de Bom Sucesso, a prefeita Rosana do Ná convocou uma coletiva de imprensa para apresentar um balanço dos primeiros 30 dias de gestão e expor a grave situação financeira do município, que acumula dívidas próximas a R$ 22 milhões.
Segundo a prefeita, não houve transição de governo, o que dificultou o acesso às informações contábeis, contratos de licitação e pendências administrativas. Após um levantamento inicial, foram identificadas diversas dívidas com fornecedores desde 2017, salários atrasados e compromissos financeiros que comprometem o andamento da gestão.
A prefeita destacou que a folha de pagamento de dezembro de 2024 não foi quitada, totalizando um débito de R$ 1,2 milhão. Além disso, há repasses pendentes do INSS no valor de R$ 500 mil e uma dívida com o consórcio de saúde CISVIR de aproximadamente R$ 300 mil.
Outro ponto crítico é a dívida com fornecedores, que chega a R$ 9 milhões, afetando serviços essenciais como saúde, educação e limpeza pública. Muitos funcionários também não receberam o 13º salário e estão há até três meses sem pagamento. “O que mais me preocupa são os funcionários públicos que dependem desse dinheiro para pagar aluguel, comprar comida e remédios. Essa situação tira o meu sono”, declarou a prefeita.
Obras inacabadas e falta de recursos
O levantamento apontou que não há recursos disponíveis nas contas da prefeitura para execução de obras. Projetos em andamento, como a construção da Supercreche, demandam uma contrapartida municipal que a prefeitura não tem disponível. Além disso, a construção da nova Câmara Municipal exige um investimento de R$ 450 mil por parte do município.
Medidas emergenciais
Para reorganizar as contas públicas, a prefeita anunciou algumas medidas:
- Moratória de 90 dias para renegociar as dívidas com fornecedores;
- Priorização do pagamento da folha salarial dos servidores ativos, iniciando com os vencimentos de janeiro;
- Redução de gastos e revisão de contratos, especialmente aqueles com valores acima do mercado;
- Contratação de servidores por PSS (Processo Seletivo Simplificado), uma vez que a lei que regulamentava os cargos comissionados foi revogada antes da posse.
“A cidade está sem funcionários para serviços essenciais, como limpeza pública e saúde. Estamos trabalhando para regularizar essa situação o mais rápido possível, mas precisamos do apoio da população e dos vereadores”, explicou Rosana.
Apesar das dificuldades, a prefeita reforçou que sua administração será baseada em transparência, responsabilidade e planejamento. Segundo ela, será necessário um período de seis meses de ajustes e cortes de gastos para colocar o município nos trilhos novamente.
“Não farei compromissos que não posso cumprir. Nosso foco será organizar a casa, manter os serviços básicos e planejar o futuro de Bom Sucesso. Com trabalho e responsabilidade, vamos superar essa crise e recuperar a confiança da população”, finalizou a prefeita.
A Prefeitura continuará divulgando atualizações sobre a situação financeira e as medidas adotadas para garantir a normalização dos serviços públicos.