Barbosa Ferraz se prepara para receber, a partir de janeiro, o Projeto Rondon, uma das mais tradicionais iniciativas de extensão universitária do país. Criado na década de 1960 e coordenado pelo Ministério da Defesa, o projeto mobiliza estudantes e professores de universidades públicas e privadas em ações voltadas à cidadania, sustentabilidade, cultura e desenvolvimento social.
Na terça-feira (21), representantes da Universidade de Taubaté (UNITAU/SP) e da UTFPR de Ponta Grossa estiveram na cidade para uma reunião preparatória, realizada na Casa da Cultura. O encontro reuniu lideranças locais, educadores e representantes da sociedade civil para discutir as primeiras etapas do projeto.
Um trabalho de escuta e integração
O coordenador da UNITAU, professor André Collner, explicou que a visita faz parte da chamada “viagem precursora”, momento em que a equipe coleta informações sobre o município para, posteriormente, elaborar as ações que serão aplicadas em janeiro.
“O Projeto Rondon é interministerial, envolve universidades de todo o país e tem como base a solidariedade. Às vezes o aluno não traz apenas conhecimento técnico, mas um gesto de escuta, de acolhimento. O objetivo é aprender com as comunidades e propor soluções para os desafios locais”, destacou.
Segundo ele, o processo de escolha dos municípios é criterioso, com base em estudos sociais, culturais e econômicos feitos pelo Ministério da Defesa. “O projeto não é uma iniciativa da Prefeitura; é uma ação nacional. Barbosa Ferraz foi selecionada a partir de um mapeamento detalhado das regiões que ainda não haviam recebido o Rondon”, explicou.
Sonho antigo e emoção para educadores locais
A professora e gestora do polo Unicesumar, Enora Aparecida Gasparoto, relembrou a trajetória histórica do projeto e a emoção de ver a iniciativa chegar ao município.
“Meu sonho era participar do Projeto Rondon em 1967, mas a vida seguiu outro rumo. Hoje, ver ele chegando a Barbosa Ferraz é muito significativo. É um projeto que vem para somar e contribuir com o desenvolvimento da nossa educação e da nossa cidade”, disse.
Para o coordenador da UTFPR, professor Luciano Fernandes, a maior contribuição do Rondon é transformar estudantes em cidadãos conscientes da realidade do país. “O Brasil é uma grande sala de aula. O projeto tira o aluno do ambiente acadêmico e o leva para a prática, para ver de perto as desigualdades e aprender o valor da empatia e da cidadania”, afirmou.
A equipe da universidade será formada por alunos de diferentes cursos de engenharia e licenciatura, que atuarão em oficinas, palestras e atividades comunitárias.
O chefe de gabinete da prefeitura de Barbosa Ferraz, Fábio Caparroz, ressaltou o impacto social do projeto e o engajamento dos moradores.
“Hoje tivemos aqui representantes de associações, clubes de serviço e entidades locais. O Rondon é feito por voluntários e depende da adesão da população para dar certo. Estamos honrados em ter Barbosa Ferraz escolhida para essa experiência”, disse.
Transformar o local onde se vive
Para Caroline Fonseca Belenato, o principal legado do projeto é despertar o sentimento de pertencimento e responsabilidade social. “Quando as pessoas entendem que elas mesmas têm o poder de transformar o lugar onde vivem, tudo muda. O Rondon traz esse espírito de patriotismo e de valorização do município”.
O Projeto Rondon será realizado em Barbosa Ferraz em janeiro de 2026, com uma série de oficinas, palestras e ações comunitárias voltadas à educação, saúde, cultura e meio ambiente. A população é convidada a acompanhar o cronograma e participar das atividades, fortalecendo a união entre comunidade e universidades em prol do desenvolvimento local.










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