A precariedade estrutural da Unidade Básica de Saúde (UBS) Sebastião Sabino, em São João do Ivaí, levou a administração municipal a decidir pela interdição temporária do prédio. Infiltrações, goteiras e condições insalubres tornaram inviável o atendimento à população e o trabalho dos profissionais de saúde.
O prédio, que atende cerca de 5 mil moradores dos bairros Jardim Ivaí, Mutirão, parte da região central, além de áreas rurais próximas, passou por sua última reforma há aproximadamente 10 anos. No entanto, o desgaste e a falta de manutenção estrutural ao longo dos anos fizeram com que a situação chegasse ao limite.
A enfermeira chefe da unidade, Carla Andreoli, relatou a gravidade encontrada nos últimos dias. “Já não havia condições de manter o atendimento. São goteiras e infiltrações em praticamente todos os consultórios e corredores, tanto no piso superior quanto no inferior. Não podemos expor os pacientes ao risco de quedas, acidentes e a um ambiente insalubre. Também precisamos garantir um local digno para que os profissionais possam trabalhar e prestar um atendimento de qualidade”, enfatizou.
De acordo com o prefeito Fábio Hidek Miura, além da decisão pela interdição, a administração avançou em um passo que há anos estava pendente: a regularização da escritura do imóvel. Sem esse documento, o município não tinha autonomia para solicitar recursos oficiais de reforma.
“Esse prédio foi construído pelo Estado e depois repassado ao município, mas a escritura não havia sido concluída. Desde 2022 o processo estava parado e, ao assumir, cobrei providências. Nesta semana conseguimos a escritura definitiva de volta ao município. Agora, com o prédio regularizado, podemos buscar recursos para uma reforma completa. A população não pode ficar sem atendimento, então remanejamos os serviços para outras unidades e vamos sensibilizar o secretário Beto Preto e o governador Ratinho Júnior para acelerar esse processo de liberação de recursos”, afirmou o prefeito.
A vice-prefeita e secretária de Saúde, Olívia Fróes, reforçou que o objetivo é garantir a continuidade do atendimento, mesmo com a UBS fechada. “Não temos como manter o funcionamento da unidade nessas condições. A segurança dos pacientes e dos servidores vem em primeiro lugar. Os atendimentos serão distribuídos em outras UBS do município. Moradores do Jardim Ivaí e do Distrito do Luar serão atendidos no SUS (Centro Social), em frente ao laboratório. Já os moradores da área rural e de Santa Luzia passarão a ser atendidos na UBS Takeo Sato, no Jardim Santa Terezinha”, explicou.
Quanto ao prazo para reabertura, Olívia disse que ainda não é possível estimar uma data. “Manteremos o prédio interditado até que seja reformado e adequado. Assim que conseguirmos os recursos e concluirmos as melhorias, retornaremos com o atendimento normal no local”, pontuou.
Enquanto o município busca recursos estaduais e federais, o apelo da gestão é para que a população compreenda a necessidade da medida e siga as orientações de encaminhamento para outras unidades.
