A produção de seda de Godoy Moreira ganhou destaque estadual com a conquista da produtora Maria Rosa Pires de Sousa, que foi uma das vencedoras do Concurso Seda Paraná e representará o estado no Festival da Seda de Lyon, na França, em novembro deste ano. A iniciativa, inédita no Paraná, foi promovida pelo Governo do Estado para valorizar o trabalho das mulheres na sericicultura.
Ao todo, 430 produtoras de 80 cidades participaram da disputa, sendo que apenas dez chegaram à final. Dessas, duas foram escolhidas para representar o Paraná na França: Maria Rosa, de Godoy Moreira, e Diovane Plep Machado Moro, de Palmital. A seleção levou em conta o volume de produção de casulos de primeira qualidade por área de amoreira e o teor da seda produzida.
A premiação aconteceu na terça-feira (12), no Palácio Iguaçu, em Curitiba, com a presença do prefeito de Godoy Moreira, Primis de Oliveira, que esteve acompanhado da primeira-dama Elza Armando de Oliveira e do supervisor técnico da Bratac, Edivelson Cândido. “É um orgulho ver o nome de Godoy Moreira sendo levado para o mundo por meio do trabalho dedicado da nossa gente. A Maria Rosa representa não só as mulheres do campo, mas também a força da agricultura familiar do nosso município”, declarou o prefeito.
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Emocionada, Maria Rosa contou que entrou na atividade há dois anos, buscando conciliar a renda familiar com a possibilidade de acompanhar de perto o crescimento do filho. “Nunca imaginei que chegaria tão longe. Quando vi meu nome, fiquei sem acreditar. É uma felicidade imensa e uma prova de que o cuidado e o amor pelo que fazemos trazem resultados”, disse.
O Paraná é responsável por 86% da produção de fio de seda do Brasil, exportando para países como França, Itália, Índia, Japão e China. A matéria-prima paranaense é utilizada inclusive por grandes grifes internacionais, como a francesa Hermès.
A presidente da Associação Brasileira da Seda (Abraseda), Renata Amano, explicou que a seda paranaense é valorizada por sua qualidade, principalmente em função da produção sustentável. “A seda paranaense é muito reconhecida, mas precisamos crescer, porque infelizmente ainda não produzimos o suficiente para atender o mercado internacional”, explicou. “Por isso a importância de valorizar esse trabalho e ter essas produtoras em Lyon, visitando o atelier da Hermès e as fábricas onde o fio que elas produzem é transformado em itens de luxo”.
